O manifesto no trecho da MG-760 em Cava Grande foi iniciado ontem no começo da tarde, com cerca de 70 participantes. A decisão dos organizadores era estendê-lo até às 20h. Essa foi a segunda paralisação somente este ano. Foram utilizadas faixas e pneus para reivindicar a continuidade das obras. Apenas veículos de emergência foram liberados. Na sexta-feira, 24, a estrada foi bloqueada por mais de dez horas.
Agora, populares anunciam que pretendem repetir rotineiramente a ação. “Nós não tivemos nenhum resultado no sentido da continuidade da obra. O governo não se pronunciou, ninguém fala nada. Enquanto isso não desenrolar, nós não iremos parar de fechar a estrada”, afirmou, por telefone, José Carlos Mateus, um dos organizadores da paralisação.
Quanto aos transtornos provocados e ao clima de tensão com os motoristas, José Carlos disse que essas são consequências inerentes ao protesto. Outro motivo é que eles temem pelo desemprego de dezenas de trabalhadores das localidades próximas que teriam seu ganha-pão nas obras da estrada. “O Vale do Aço está uma região desacreditada com tantas promessas de obras que não saem do papel. Vamos enfrentar sol forte e comer poeira até resolver isso”, reforçou José Carlos.
HistóricoAs paralisações do trecho da rodovia estadual em Cava Grande têm ocorrido com frequência. O serviço de pavimentação da estrada foi iniciado em setembro do ano passado. Contudo, em dezembro último, a juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, Lilian Maciel Santos, deferiu o pedido de liminar formulado pelo Ministério Público de Minas Gerais, suspendendo a obra de pavimentação da MG-760.
Na semana passada, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) encaminhou ao DIÁRIO DO AÇO uma nota com o posicionando quanto ao assunto. O órgão informou que a ordem de início das obras foi emitida com base em licenças ambientais certificadas e subsidiadas por estudos ambientais que atendem às exigências da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Todavia, na reunião da Unidade Regional Colegiada do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) Leste de Minas, em Governador Valadares, onde o licenciamento seria referendado, a Fundação Relictos, de Ipatinga, solicitou vista ao processo. O DER, prontamente, prestou todos os esclarecimentos solicitados pela ONG.
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