segunda-feira, 16 de maio de 2011

Estrada para Parque do Rio Doce tem só 40% das Obras Concluídas

O atraso nas obras de pavimentação da estrada que liga o município de Marliéria ao Parque Estadual do Vale do Rio Doce foi a principal preocupação manifestada pelo deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), vice presidente da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, durante visita realizada no local nesta segunda-feira (16/5/11).

Em uma extensão de 17 quilômetros, apenas 40% das obras, a cargo da Construtora Oriente, foram realizados até o momento. De acordo com o coordenador regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Nívio Pinto de Lima, a conclusão da pavimentação da estrada, prevista inicialmente para abril de 2011, já teve seu prazo prorrogado para dezembro de 2011.
As obras fazem parte de uma parceria da prefeitura de Marliéria com o governo do Estado, por meio do Programa de Pavimentação de Ligações aos Municípios (ProAcesso). Incluem ainda um trecho de seis quilômetros, dentro do Parque Estadual, e que, de acordo com Lima, já está concluído.

Durante a visita, o deputado Celinho do Sinttrocel disse ter dúvidas quanto ao cumprimento do novo prazo pela empresa. Ele avaliou que os 60% restantes da obra encontram-se nas áreas mais complexas da estrada. "Se em dois anos, eles fizeram só 40%, quanto tempo eles vão levar para concluir toda a obra? Temos que cobrar uma resposta da Oriente", questionou o deputado, que lamentou a ausência de um representante da construtora.

Lima concordou que a lentidão é a principal irregularidade no trabalho da Construtora Oriente, que, segundo ele, está respondendo a um processo administrativo instalado pelo DER junto à Procuradoria do Estado. Além dos atrasos no cronograma, o coordenador do DER ressaltou outros problemas, pelos quais a empresa já foi notificada, como a agressão ao meio ambiente e a inadequação da sinalização nos locais das obras.

Deslizamentos - O deputado Celinho do Sinttrocel também mostrou-se preocupado com a situação em alguns trechos da estrada, nos quais encostas e barragens correm o risco de desabar. Segundo o parlamentar, as medidas de contenção e recuperação de algumas dessas áreas não estão contempladas no projeto original da empresa Oriente, o que, na sua opinião, poderia colocar em risco a trafegabilidade da via.

Sobre essa questão, o coordenador do DER explicou que o trabalho de contenção de alguns dos pontos que correm riscos de desabamento já estavam contemplados no projeto original. Lima também ressaltou que existem outras áreas com riscos de queda de barreiras, fruto dos danos causados pela ação da natureza, nos períodos chuvosos, e que, portanto, não estavam previstos no projeto inicial. O coordenador do DRE afirmou, no entanto, que já estão em andamento alguns estudos sobre a topografia da região, de forma que esses problemas possam ser solucionados. Para isso, ele explicou que já existe a previsão, por parte do DER, de um acréscimo na verba do projeto, que foi inicialmente orçado em R$17 milhões.

Para o deputado Celinho do Sinttrocel, a grande preocupação é que esse investimento excedente não ultrapasse 25% do valor do projeto inicial, para que não seja necessário fazer uma nova licitação, o que poderia atrasar ainda mais a conclusão das obras.

Meio ambiente - Quanto aos danos ambientais causados pela Construtora Oriente, Lima explicou que a empresa não seguiu as normas técnicas adequadas para a consecução de uma das etapas da obra, na qual foram feitos cortes e implosões das rochas, o que provocou deslizamentos de pedras e destruição da vegetação no local. Segundo Lima, esses problemas já estão resolvidos, e, atualmente, a obra já não tem mais causado a degradação do ambiente.

Na opinião do prefeito de Marliéria, Waldemar Nunes de Sousa, obras de pavimentação em estradas sempre causam alguns impactos ambientais. No entanto, ele destacou que o atraso nas obras traz prejuízos para a vida da população local e principalmente para o turismo da cidade, que, na sua opinião, poderia ser dez vezes maior se a estrada já estivesse asfaltada.

É o que também pensa o auxiliar de serviço ambiental do Parque do Rio Doce, Osvaldo Moreira, que mora em Santa Rita, povoado localizado na estrada que liga o Parque a Marliéria. Para ele, a falta do asfalto traz transtornos para os turistas, bem como para a comunidade local, que sofre com o excesso de poeira provocada pelas obras. "A estrada faz falta para as pessoas, e o asfalto poderia diminuir a poeira e evitar doenças para a comunidade", explica o morador.
Já a estudante Claudiane Santos Moreira ressaltou como principal problema a insegurança em se passar em alguns trechos do percurso, especialmente na época das chuvas, uma vez que, segundo ela, a estrada torna-se mais escorregadia e perigosa.

notícia publicada no site: http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2687854/estrada-para-parque-do-rio-doce-tem-so-40-das-obras-concluidas